A história da humanidade nos mostra, desde os tempos mais antigos, a existência de pessoas com necessidades especiais e relatos de suas várias dificuldades.
O tema inclusão social e educacional de pessoas com deficiência tem gerado inúmeros debates, pesquisas e discussões. Nesse contexto, as pessoas com deficiência tem também o papel de se posicionarem diante desse tema de maneira crítica. Às vezes parece ser natural para algumas pessoas e para os Poderes Públicos, atitudes de omissão e conivência em relação as pessoas com deficiência. Para que o desenvolvimento inclusivo aconteça devemos promover a diferença, apreciar a diversidade e transformar o direito numa vantagem, num valor. Caso contrário, continuará existindo a invisibilidade da deficiência.
Para Freire devemos aceitar e respeitar a diferença. Os portadores de deficiência, cujos projetos são tratados
como se estivesse vazio de significados, como se as pessoas não fossem capazes, nada pudessem construir, enfim, condenados a exclusão e sujeitos ao olhar piedoso de uma sociedade. Uma sociedade pretenciosa que tenta delimitar os outros, de acordo com o dito “normal”.
“Na medida em que essa visão anula o poder criador dos homens ou minimiza, estimula sua ingenuidade e não sua criticidade, satisfazendo aos interesses dos opressores, que para estes, o fundamental não é o desnudamento do mundo, sua transformação, pois o seu humanitarismo e não humanismo está em preservar a situação de que a generosidade a que se refere por isso mesmo é que reage, até instintivamente, contra qualquer tentativa de um pensar autêntico que não se deixa emaranhar pelas visões parciais da realidade, buscando sempre os nexos que prendem um ponto ao outro ou um problema a outro.”FREIRE, 1992, p.19).
Segundo Freire quanto mais colocamos o homem de frente à passividade e não tentarmos mudar o atual papel dele na sociedade, mais felizes ficarão os opressores, é o que acontece com os deficientes físicos na sociedade.
Segundo ele, devemos lutar contra a discriminação, pois isso é imoral. Devemos respeitar à autonomia, à dignidade e a identidade e sermos coerentes com este pensamento para que nossa realidade seja transformada, onde passaria a ser uma realidade dos homens em processo de permanente libertação, tanto dos oprimidos, quanto dos opressores.
Acreditar na transformação do mundo pelos caminhos freireanos é acreditar na capacidade de todos os seres humanos alimentarem juntos o ideal utópico da mudança, no qual a inclusão é nos nossos dias, um dos maiores sonhos: uma realidade livre dos grilhões aprisionantes do preconceito, da discriminação e da injustiça.
Referências:
FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 17 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.
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