Por Thayse Adineia Pacheco (thayse.pacheco@hotmail.com)
Após a leitura do texto “Eles não querem aprender? O desinteresse dos alunos é um obstáculo cada vez maior à educação” (p.20-23), escrito por Roberta Braga na revista Profissão Mestre, senti necessidade de compartilhar as informações fantásticas que a autora aborda. Não existem muitas novidades, ela fala o que os pesquisadores da educação pensam acerca do desinteresse dos alunos pelo estudo e pela vontade de aprender. Existem muitas teorias e algumas destas serão descritas a seguir. Braga aponta os dois extremos educacionais, onde um defende a escola e o outro defende o aluno, dizendo que:
Após a leitura do texto “Eles não querem aprender? O desinteresse dos alunos é um obstáculo cada vez maior à educação” (p.20-23), escrito por Roberta Braga na revista Profissão Mestre, senti necessidade de compartilhar as informações fantásticas que a autora aborda. Não existem muitas novidades, ela fala o que os pesquisadores da educação pensam acerca do desinteresse dos alunos pelo estudo e pela vontade de aprender. Existem muitas teorias e algumas destas serão descritas a seguir. Braga aponta os dois extremos educacionais, onde um defende a escola e o outro defende o aluno, dizendo que:
Para os estudiosos, o desinteresse é inerente à escola. Já os educadores acreditam que está relacionado à nova realidade social das crianças e adolescentes e ao acesso às tecnologias, que deixam o aluno mais imediatista. (2009, p.21)
Alguns castigos, como palmadas, eram frequentemente utilizados pelos professores nas escolas. Aos poucos esses acontecimentos foram desaparecendo, pois os alunos possuíam direitos, como todas as pessoas brasileiras, com a implantação da Constituição Federal de 1988. A relação aluno-professor tornou-se mais aberta e consequentemente o interesse deveria se tornar maior, porém não existem muitos testemunhos sobre deste fato.
A educadora Maria Rita de Assis César, da Universidade do Paraná, alega que “a escola é historicamente mais preocupada com comportamento do que com interesse” (p.21). A professora citada acima também coloca a falta de respeito dos jovens com os pais como sendo outro fator que reflete as atitudes dos alunos na escola, resultando em indisciplina e desinteresse.
Júlio Aquino Groppa, da Universidade de São Paulo (USP), faz uma analogia muito interessante, onde os alunos são consumidores e a escola é uma loja que não oferece o que os consumidores querem comprar. Acredita em uma pessoa como a dona de todas as verdades: “A escola é um lugar antigo no mundo do sempre novo. Escola boa é escola que funciona e isso só é possível pela transmissão de conhecimento dos mais velhos para os mais novos” (p.21-22). Faz uma crítica aos dois tipos de professores, existem os que tentam atrair a atenção dos alunos, os chamados de “animadores de platéia”, pois provocam um show em suas aulas, e os que não conseguem impor atitudes e se deixa levar facilmente pelo grupo, sendo chamados de “refém dos rebeldes”.
A falta de contextualização e a exposição de conceitos que nunca serão utilizados no dia-a-dia dos alunos tornam a aula maçante e monótona. Quando o professor faz a mesma coisa todos os dias, sem mudar uma virgula do método de ensino, os alunos se tornam desinteressados e revoltados. Maurício Apolinário acredita que as aulas estão desatualizadas, onde o mundo evolui muito, as tecnologias estão cada vez mais acessíveis e no entanto a escola continua a mesma de sempre. Este educador diz que o professor não deve ser um animador de auditório e afirma:
Acredito que o ensino-aprendizagem é um processo que demanda tempo e que acontece quando há significado, motivação e prazer, respeitando os alunos, levando-os a construírem seus próprios conhecimentos. (Op. Cit, 2009, p.22)
Marise Brandão, com 23 anos de experiência no Rio de Janeiro, fez a diferença e foi reconhecida mundialmente. Desenvolveu um projeto, que faz intercâmbio entre Brasil, Portugal e França, onde os alunos utilizam um blog para ampliar a aprendizagem em rede na sala de aula. No ano passado o prêmio Educadores Inovadores da Microsoft avaliou 58 países e o projeto brasileiro foi contemplado com o 3º lugar. Marise é adepta ao lema “quadro cheio, cabeça vazia” e está sempre em busca de novas formas de ensino dentro da sala de aula.
Os jovens estão se tornando impacientes com a leitura e as aulas, que não tem relação com o cotidiano do estudante, tornam-se desmotivadoras da busca pelo conhecimento. Maurício Apolinário diz que:
Não podemos nos conformar em ouvir que os alunos estão saindo da escola da mesma forma que entraram. O professor deve realmente ser professor. Mais da metade dos dois milhões de professores do Brasil está professor (p.22).
Outro que acredita na diversificação das aulas, na utilização de dinâmicas para promover o aprendizado é Ênio Homero Cavalcanti, ele coloca a inovação como uma atitude muito importante. Adriano André acredita em nos fatores que Cavalcante apresenta, porém é um pouco pessimista ao dizer que “Muitas escolas dão liberdade, mas é comum que os professores tenham medo que as mudanças fujam do controle” (p.22).
A Lei de Diretrizes e Bases (LDB) foi construída com o intuito de melhorar a educação e em seu artigo 2º afirma:
A educação, dever da família e do Estado, inspira nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, no seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. (Citado por Braga, 2009, p.22)
Muitas pessoas depositam a principal responsabilidade da educação na escola e não é bem isso que a LDB nos remetem a pensar. Outros colocam a totalidade da culpa da má formação nos alunos. A educadora Jussara Barros declara que:
“Diante de tantos problemas, seria muito prático culpar os alunos, afirmando que são irresponsáveis, que não tem compromisso ou interesse diante dos estudos. Pelo contrário, estes têm sido vítimas dos problemas sociais do país, que nunca são superados” (p.23) e que “O professor deve atuar de forma a compartilhar os saberes existentes no espaço escolar, através de projetos que tragam temas do interesse dos alunos” (p.23).
O texto coloca que o professor pode sugerir o assunto a ser abordado, o aluno deve buscar instrumentos e escolher a direção que o trabalho vai seguir. Nesse caso o educador é o instrumento que apóia o grupo e supri as dúvidas que surgem ao longo das tarefas que serão cobradas. O conhecimento não está detido apenas no professor, todos podem contribuir e todos aprendem juntos. Tanto o aluno quanto o professor tem capacidade de colaborar e discutir o tema abordado.
Ótimas reflexões Tahyse, um dos textos mais bem escritos que já li de um alunos meu.
ResponderExcluirParabéns à aluna. Agradeço a citação.
ResponderExcluirProf. Maurício Apolinário
www.mauricioapolinario.com.br