domingo, 5 de setembro de 2010

Do que tudo é feito?


       É até mesmo difícil imaginar quem nunca se perguntou :
 “Do que são feitas todas as coisas?”
Quem nunca quis saber do que tudo é feito, desde um simples grãozinho de areia até os mais inusitados objetos, sejam esses naturais ou criados pela mão do homem, e até mesmo nós do que somos feitos? Átomos! Hoje esta é uma resposta obvia porém nem sempre foi assim. O primeiro a se questionar sobre a essência da matéria foi o filósofo grego Tales de Mileto por volta de 650 a.C. Sua famosa pergunta,  “do que tudo é feito?”, deu inicio ao pensamento científico. Tales é visto como o primeiro dos phusikoi (do grego, aqueles que estudam a natureza) e é claro que ele não deixaria sua pergunta sem uma resposta. Propôs que tudo era feito de água. Água? Isso mesmo água! Certamente, esta deve ser vista como uma resposta metafórica, baseando-se nas diversas formas e estados os quais  pode ser encontrada, na sua facilidade em se moldar aos mais diversos recipientes e por último, e mais importante, que nenhum ser vivo vive sem ela. Embora sua resposta pouco tenha contribuído, sua pergunta, por outro lado,colaborou significativamente para o avanço da ciência. Com ela começou a caçada ao tesouro, uma caçada rumo ao coração da matéria.
    Como podia se esperar, vários foram os filósofos que se dedicaram a responder esta mesma questão.  Anaxímenes postulou que as coisas eram feitas de ar em diversas densidades. Quanto mais denso o ar, mais dura a matéria; quanto menos denso mais etérea. Empedócles por volta de 450 a.C. sugeriu que nem tudo era feito de água ou de ar, esta era apenas duas das quatro raízes capazes de dar forma a tudo o que vemos. Para ele tudo era feito de terra, água, ar e fogo. Existia entre essas quatro raízes uma relação de amor e discórdia, que as unia ou as separava formando assim, os outros elementos. Surge então por volta de 450 a.C. os primeiros atomistas, os primeiros a propor a existência de uma partícula tão pequena capaz de iludir nossos sentidos, o átomo. Leucipo e seu discípulo Demócrito,  acreditavam que o coração da matéria eram os átomos, e estes, eram infinitos, eternos, invisíveis, semelhantes e indivisíveis. Para eles toda a matéria existente no cosmo era feita de átomos. Estas “ pecinhas” simples iam se encaixando e dando formar estruturas complicadas. Percebe-se que, em pouco mais de 200 anos após levantada a grande questão, já estava plantado o germe da ciência moderna. Claro que esses ainda não eram bem os átomos conhecidos atualmente, que não são eternos e nem indivisíveis. Afinal, esta foi só mais uma tentativa de desvendar o mistério da existência. A existência do próprio átomo só foi aceita a partir de 1803, quando John Dalton mostrou experimentalmente a existência da partícula. Passado mais de 2500 anos, a ciência continua tentando responder, cada vez com mais precisão, a mesma pergunta: De que tudo é feito afinal? Descobrimos aqui que tudo é feito de átomos, mas e esses átomos, do que são feitos e de onde vem? Fica ai a dica …. Poeira das Estrelas! 
Por José Paulo W. da Silveira
jpwollfisica@hotmail.com

Referências:
GLEISER, Marcelo. Mundos Invisíveis. Editora Globo
GLEISER, Marcelo. Poeira das Estrelas. Editora Globo

Um comentário:

  1. É mesmo incrível o avanço científico, quando foi aceita a existência do átomo em 1803, quando Dalton provou a existência da partícula, como vimos no texto, ele definiu o átomo como: esférico, maciço e indivisível. com mais estudos foram descobertos que no núcleo do átomo estavam presentes: os prótons e os nêutrons, e ao redor estavam os elétrons.
    Agora, quando estudado mais a fundo, aprendemos que há muito mais no átomo.
    Outro dia aprendi que assim como o elétron tem massa e carga, tem também uma característica chamada Spin! É muito bonito esse mundo microscópio, muito interessante e curioso para ser estudado.

    Por: Evelin P. Lambertes

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