quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Uma análise sobre os Parâmetros Curriculares de Santa Catarina (PCSC) que diz respeito à Física Moderna e Contemporânea (FMC)

Por: Geison João Euzébio / Thayse Adineia Pacheco / Diego de Medeiros Scarabelot

Há uma crescente cobrança da sociedade por uma melhor formação no Ensino Médio (EM), de modo que alguns pesquisadores vêm sentindo a necessidade de analisar a forma como a educação básica é trabalhada. A experiência da maioria dos alunos (incluindo a dos autores deste trabalho) no EM é uma total ausência de conteúdos de Física Moderna e Contemporânea (FMC) durante a sua formação. Estes conteúdos são, no entanto, essenciais para a compreenção da ciência atual.
Os estados brasileiros possuem uma Proposta Curricular (PC) específica, escrita de acordo com sua realidade. O trabalho apresentado está baseado nos Parâmetros Curriculares de Santa Catarina (PCSC), os quais precisam ser conhecidos por todos os educadores. O PCSC aponta alguns conteúdos a serem comtemplados durante o EM. Entre estes, destaca-se uma introdução à astronomia (cosmologia e estudo da gravitação), a estrutura atômica, que é “ensinada” por professores de química, sendo, assim, “sequestrada” da física. É estranho perceber que a Teoria Quântica não seja trabalhada na Física do EM, apesar de que a Química utilize elementos quânticos para explicar comportamentos dos elementos da tabela periódica (PCSC, 1998). O PCSC afirma que:
A necessidade indiscutível de tratar de conhecimentos e teorias mais modernas, mesmo considerada a fragilidade dos conhecimentos de física clássica pelos alunos e também pelos professores, mostra especialmente a impropriedade dos pré-requisitos fechados que, entre outras coisas, proibem a física moderna e a teoria quântica, antes de se completar o aprendizado clássico. (PCSC, 1998, p.144)
Entende-se que a divisão curricular deve ser reformada para que a FMC não seja apenas mais um tópico problemático num currículo fragilizado (Oliveira et al, 2007). Algumas pesquisas comparam a educação no Brasil à educação estrangeira, mostrando que muitos países já trabalham FMC no EM (Lobato e Greca, 2005), porém é necessário entender que todos os países, ou até mesmo regiões, possuem suas particularidades e não podemos comparar realidades e histórias completamente diferentes.
Percebemos que existe fragilidade na educação básica, fazendo com que muitos aspectos sejam refletidos na educação superior. As pessoas ingressam nas universidades com uma grande lacuna entre os conhecimentos mínimos necessários para um bom aproveitamento, causando dificuldade no aprendizado. Nota-se que isso é um problema estrutural, vindo desde a formação dos professores, que há muito tempo encontra-se com um déficit (Gobara e Garcia, 2007).
Quando o professor tem o domínio sobre os assuntos de FMC, não é tão dificil para os alunos o entendimento do tema. Para se conseguir uma melhor formação básica, é preciso primeiramente melhorar a formação dos professores, “então temos de parar de pretextos e procurar formar melhor nossos professores, para que eles formem melhor seus alunos” (PCSC, 1998). Somente dessa maneira pode-se tratar essas lacunas de conhecimentos encontradas no EM (Oliveira et al, 2007). O PCSC ainda chama atenção dizendo que:
Tudo isto, claro, é um programa de trabalho que, como já foi dito, não se completa a curto prazo, até porque sabemos que boa parte dos professores que ensinam física no Brasil sequer tem qualquer formação específica em física. (PCSC, 1998, p.145)
Após ouvir pessoas relatando seu ponto de vista perante a ciência, conclui-se que para a maioria das pessoas a física é encarada como sendo um conjunto de fórmulas desmotivadoras. O PCSC nos remete a refletir melhor sobre isso dizendo que “Inaceitável é apontar parâmetros falsos, diretrizes atrasadas, simplesmente por se pretender que a ciência de todo este século só possa ser compreendida por cientistas.” (PCSC, 1998).

Um comentário:

  1. A física moderna e contemporânea é muito mais legal que a física clássica.

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