terça-feira, 25 de maio de 2010

Resenha crítica do livro: Pedagogia da Autonomia

     Por: Digiane Reis da Silva (digianereis@hotmail.com);
            Leciani Eufrásio Coelho (lecianicoelho@hotmail.com);
            Moniceli Costa Destro (majv_@hotmail.com).

      Paulo Freire aborda em sua obra, práticas pedagógicas necessárias a educação para educadores e educadoras, de forma simples e elucidativa. Mantém uma visão simples e democrática sobre o educador, afim de reforçar a capacidade do aluno, enfatizando que aprender criticamente é possível.
     Segundo Freire, a teoria e a prática estão muito ligadas, não existe prática que não venha de uma teoria e vice-versa. Isso vem desde quando os homens e mulheres descobriram que poderiam ensinar, aprender e depois com o tempo criar métodos de como instruir outras pessoas. Hoje, a decência e a pureza devem estar sempre junto ao professor na busca de uma boa prática educativa. Educar é formar indivíduos para o mundo e isso demanda profundidade de conteúdo, compreensão e dedicação.
     Os conteúdos devem ser os mais claros e assimiláveis possíveis, fazendo com que o conhecimento não seja simplesmente transferido, mas aprendido pelos educandos, tornando os mesmos transformadores de sujeito de construção e reconstrução de saberes. Este é o papel do professor na sua tarefa docente, não apenas ensinar conteúdos, todavia ensinar a pensar certo.
     Não há ensino sem pesquisa e cabe ao professor continuar pesquisando para que seu ensino seja propício a debates e a novos questionamentos. Quando o aluno questiona é sinal de que está aprendendo e este possui segurança em suas argumentações, trocando várias ideias com o professor e o grupo. O autor acredita, que a busca pelo pensar certo deve ser construído pelo aprendiz junto ao professor formador, levando o educando a uma curiosidade ingênua até a mesma se tornar crítica. Pensando assim, o educador não poderá minimizar, desrespeitar a curiosidade do aluno, nem furtar seu tempo em vez de ensinar, é seu dever respeitosamente estar presente na construção de ideias, para que o aprendiz consiga experiência para seguir em frente. Dessa forma, é fundamental para o professor a reflexão crítica sobre a prática e a teoria, aquele que pensa no novo repercute sobre suas aulas e procura inová-las.
     É importante que os alunos sejam curiosos e investigadores, isso os leva a imaginar, a comparar e quando isso acontece mais se interioriza criticamente esse pensamento. Não se deve matar a curiosidade do educando, mas ajudá-lo a ter respostas concretas. O educador democrático e coerente faz com que o aprendiz tenha responsabilidade e compromisso com o seu dever, já aquele pela qual é autoritário e rígido demais acaba prejudicando a criatividade do mesmo, desqualificando-se e tornando-se incompetente.
     De acordo com Freire, a educação não é neutra, caso fosse não existiria discordância entre indivíduos tanto social, individual ou política, também não precisaria que educadores e educadoras lutassem para que as administrações públicas ou privadas escolares os respeitassem. Os professores devem lutar pelos seus direitos e estarem sempre reforçando a importância da tarefa político pedagógica, sua presença na escola é de extrema importância.
     O autor ressalta que o educador pela qual não se poupa ao ensinar consegue passar o conteúdo com segurança. Sua prática docente está ligada na realidade, possuindo um papel significativo em sala de aula, este em vez de passar seu conteúdo na integra afim de uma memorização de um perfil pronto, faz com que os alunos entrem como sujeitos de aprendizagem. Consequentemente a este processo, acaba por doar seu testemunho ético, ou seja, a maneira como o educador passa sua preparação científica. Isso é importante para que os alunos percebam o esforço do educador pela qual procura por coerência em sala de aula. Entretanto, além de observar o mesmo passa a ser observado, por isso deve-se estar atento nas relações de como os alunos interagem em sala de aula, revelando assim sua capacidade de analisar, avaliar e optar.
     Um simples gesto de um professor representa muito na vida de um aluno, logo é necessário querer bem o educando e gostar de seu trabalho. Não significa que como educador deva querer bem todos os alunos de maneira igual, mas querer bem a ponto de trocar experiências e incentivos a aprendizagem, sentindo prazer em ver o aluno descobrindo o conhecimento.
     Portanto, ensinar é um processo de troca entre professor e aluno, onde ambos aprendem, ensinam e crescem como seres humanos. Esta é a mensagem que o autor deixa, indagando que podemos fazer a diferença, num sistema social, econômico e político. Em fim, Paulo Freire introduz conceitos que levam ao significado de ensinar, fornecendo certezas de que ensinar vale a pena.


Referência

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 33ed. São Paulo : Paz e Terra, 1996. 148p.

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