Ônibus Movido a Hidrogênio

Por: Odair J. de Sousa,                                      

 Alcides Venute Rebelo

Finalmente a tecnologia de fabricação de ônibus movidos a combustíveis não poluentes e 100% nacional começa a ganhar as ruas do Rio de Janeiro, ainda que em fase experimental. A esperança é que estes veículos comecem a fazer parte da vida dos cariocas que necessitam de transporte público de qualidade, assim como a maiorias das cidades do Brasil. Os benefícios de um transporte gerado com combustíveis limpos, como é o caso do ônibus movido a Hidrogênio, é um avanço considerável e de extrema importância para a população e meio ambiente, só na cidade do Rio de Janeiro são despejados na atmosfera 100 toneladas de CO2 todos os anos, para cada ônibus em circulação. O ônibus foi totalmente fabricado por brasileiros da empresa COPPE em parcerias com outras instituições como a UFRJ ( Universidade Federal do Rio de Janeiro) e Petrobras, foi testado nesta terça feira 25/05/10, com grande índice de aprovação pela população. Segundo o coordenador do laboratório de Hidrogênio da COPPE Paulo Emílio, esse projeto é pioneiro no hemisfério sul. A instituição mobilizou também acadêmicos de outras áreas para participarem da confecção do veículo promovendo um concurso interno entre os graduandos da EBA (Escola de Belas Artes) da UFRJ para criarem o visual do ônibus. As três acadêmicas, Carolina Cadaval, Aline Lima e Dandara Dantas venceram o concurso realizado no final de 2007, após apresentarem um trabalho de alto nível, fazendo jus ao slogan da campanha, tecnologia, arte e meio ambiente: parcerias para o futuro.

Detalhes do veículo:

O ônibus mede 12 metros de comprimento, com capacidade para transportar 80 pessoas sendo 32 sentadas, na sua parte superior (teto), ficam os cilindros de Hidrogênio e as baterias, seu abastecimento se dá por meio da eletricidade e o Hidrogênio combustível. A pilha é recarregada com a combinação do combustível (hidrogênio), abastecido previamente, e o Oxigênio que já se faz presente na atmosfera, liberando como resultado desta reação eletroquímica, energia elétrica limpa e vapor de água, que de tão limpa pode até servir para o consumo. Somente no modelo brasileiro o vapor, que seria liberado ao ambiente, por meio do cano de descarga, também é reaproveitado pelos inventores, pois ao condensar-se ele se transforma em água que é aproveitada para resfriar novamente o sistema, com isso este ônibus ganha autonomia de até 300 km sem que precise parar para abastecer.

Com estes resultados o Brasil passa a fazer parte de um seleto grupo de aproximadamente 5 países que pesquisam esta tecnologia, em meio a tanta euforia, surgem também algumas dúvidas: Por que as autoridades não disponibilizam mais recursos para este tipo de pesquisa? Por que as pessoas responsáveis pelo desenvolvimento do país só introduzem tecnologias sustentáveis como estas ( infinitamente menos poluentes, produzem menor ruído e de custo 50% menor do que se o Brasil importasse o veículo da Europa, por exemplo), quando são impostas por instituições internacionais, haja vista que a inserção de transportes públicos de qualidade são exigências externas, como requisito para que o país possa sediar eventos de massa como, olimpíadas e copa do mundo. O mínimo que se espera das autoridades e pessoas ligadas a COPPE ou outras instituições, que por ventura venham a dominar esta tecnologia, é que deixem de pensar um pouco nos fatores individuais de enriquecimento e dêem mais respaldo ao transporte sustentável no Brasil.
Quem quiser conferir o video sobre o ônibus clique no link do JN abaixo.

                              

Sites consultados:

http://www.tnpetroleo.com.br/clipping/4794/rio-tera-onibus-movido-a-hidrogenio-

http://www.planeta.coppe.ufrj.br/artigo.php?artigo=950

http://g1.globo.com/videos/jornal-nacional/v/onibus-que-nao-polui-e-com-tecnologia-100-brasileira-e-apresentado-no-rio/1270354/#/Edições/20100525/page/2